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delinquencia premiada

Provavelmente um dos locais mais seguros do Brasil é o Banco Central localizado em Brasília, que desde que foi inaugurado nos anos 60 não sofreu nenhum assalto. Provavelmente não existe só uma pessoa responsável pelo controle de toda a segurança, mas com certeza basta um assalto que essas 4 décadas de dedicação serão esquecidas e um bandido ganha destaque na mídia.


E por que isso acontece? Simplesmente porque a maioria da sociedade se encaixa no perfil de trabalho sobre uma administração taylorista, pagando uma tonelada de impostos, e ao baixar todo dia a cabeça para os problemas sonha ou inveja dos raros bons momentos desses bandidos vida mansa.

Vejam o brutal contraste do bandido Frank William Abagnale Junior com o oficial do FBI Joe Shaye (nem página da Wikipedia ele tem) . O primeiro hoje é um consultor de segurança milionário, e o segundo é um policial aposentado. Para entender melhor essa história, assista ao filme Catch Me If You Can.

E vejam na área de TI não é diferente, tudo começou com a disputa semelhante do bandido Kevin Mitnick e do Tsutomu Shimomura, que ajudou a capturá-lo. Essa história foi para um livro e também para as telonas com o mesmo nome: Takedown, também conhecido como Track down.

Percebem que até hoje a delinquência é premiada, os desenvolvedores de software proprietário e livre fazem um enorme esforço para ter um software bom, rápido, livre de bugs e sem falhas de segurança, mas mesmo assim a comunidade cria concursos para premiar o vandalismo, como esse que um pesquisador alemão crackeou o Internet Explorer 8 em poucos minutos.

Imagine se ao invés de um concurso desse fosse criado outro para a criação de um software livre que ajudasse a sociedade de alguma maneira. Isso não funcionaria por dois motivos: primeiro, porque não dá lucro, segundo, por que é muito mais fácil destruir do que construir.

Fernando Boaglio, para a comunidade. =)