Lá para o ano de 1900 e pouco vivia na Itália um engenheiro chamado Vilfredo Pareto, que além de contribuir para sociologia e matemática, reparou algo interessante em seu país: 80% das terras italianas pertenciam à 20% das pessoas.
Claro que na nossa realidade brasileira esse número é muito pior, mas Pareto foi o primeiro a colocar sua descoberta no papel.
Essa descoberta ficou conhecida como a princípio de Pareto, ou a regra do 80/20. Essa regra se aplica em diversos cenários, como por exemplo que 80% das vendas vem de 20% dos clientes.
Até a Microsoft usou esse princípio aplicando que corrigindo 20% de seus mais reportados bugs, ela eliminaria 80% dos erros e problemas.
Você que desenvolve software e sabe que a garantia da qualidade da entrega são os testes, também sabe que nem sempre é possível ter uma cobertura total de sua aplicação, ainda mais que seu chefe não entende por que você precisa testar algo que fez há seis meses ou um ano, que teoricamente está pronto… pois é, bem-vindo ao mundo do reuso de componentes!
Por esse motivo sempre que possível nas entregas que faço eu procuro aplicar o que eu chamo de “testes de Pareto”, que nada mais são do que testes em 20% das telas do sistema que são responsáveis por 80% dos problemas reportados.
Do que adianta então você gastar uma hora testando uma tela complexa se quase ninguém usa? Não daria melhor resultado se você testasse aquela tela que todo mundo usa todo dia?
Aplicar os testes de Pareto nas suas entregas não é uma invenção fabulosa, é apenas o uso do bom senso.
Tenha esse hábito e terá melhores resultados.
Fernando Boaglio, para a comunidade.